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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O DESMANDO NO SERVIÇO PÚBLICO

O DESMANDO NO SERVIÇO PÚBLICO

 


Napoleão Oliveira Gomide Filho


RESUMO

O serviço público sofre com o desmando, pois tem nas chefias pessoas despreparadas  para administrar a coisa pública, pois geralmente o cargo de chefia nos setores públicos são uma indicação política, quando não são  prêmio político, ou  recompensa. A solução é a conscientização da sociedade e a agregação na gestão pública do que há de mais moderno e atual em administração e gestão de negócios públicos e privados.

Palavras-chave: Desmandos; Administração Pública; Liderança; Servidor Público.


1 INTRODUÇÃO


A área pública é talvez onde haja mais problemas nas relações entre comandantes e comandados, pois o servidor público tem muitas vantagens e regalias que lhe conferem uma certa autonomia e as vezes até uma impunidade nos seus atos. Ali há o confronto direto entre o chefe ou líder que quer realizar a tarefa pública com honestidade e responsabilidade e o servidor que quer, às vezes, somente cumprir horário, sem se importar com suas tarefas e obrigações. Óbvio que o oposto também ocorre, aliás, com grande freqüência, onde o subordinado, por ser mais experiente e conhecedor da tarefa, sugere mudanças, e seu superior  não permite, persistindo numa conduta e numa direção que não irão trazer bons resultados para o público contribuinte.


2 O CHEFE

O Chefe na esfera pública geralmente vem de fora do serviço público, é contratado para um cargo em comissão tendo uma missão política, na maioria das vezes. Geralmente passa a aprender sobre a área e suas tarefas no momento em que é empossado no cargo, a menos que já seja um profissional da área, ou um servidor de carreira, o que dificilmente acontece.

[...] Os ocupantes de cargos públicos – eleitos por uma população composta em sua grande maioria por pessoas com baixo nível de informação que é o retrato histórico de um país em processo de desenvolvimento – impuseram aos cidadãos brasileiros modelos econômicos desastrosos e tidos como planos mirabolantes, muitas vezes caracterizados  por corrupção e sinais típicos da má gestão, o que fica evidenciado pela ausência de planejamento, controle de processos e prestação de contas, além da inexistência de critérios de equidade na composição do quadro de pessoal administrativo. A exemplo disso, têm-se a composição de alguns cargos públicos, ocupados por pessoas com perfis nada coerentes com uma visão mínima de planejamento e cargos e recrutamento e seleção. (VIDIGAL; 2008).


Os Chefes que vem de fora geralmente, além de não conhecerem bem a área em que irão atuar, também não têm competência na área administrativa, e com isto geram um stress no grupo comandado, pois geralmente suas decisões e orientações, embora erradas, não podem ser contestadas, ou são difíceis de contestar pela distância criada pela hierarquia ou pelo encastelamento do chefe.

O modelo público-gerencial incompetente, marcado pelo notório desconhecimento da ciência da Administração ainda assola a política brasileira arbitrando à população a parte da manutenção financeira da ingerência através do pagamento de impostos e taxações em um verdadeiro carnaval de incompetência administrativa (VIDIGAL; 2008).



3 O SERVIDOR PÚBLICO DE CARREIRA


O servidor público de carreira, desde há muito tempo, é um trabalhador que teve que cumprir um mínimo de pré-requisitos para adentrar no serviço público. Teve que concorrer com outros, mostrar um mínimo de conhecimentos na área, passar por um período de estágio, sendo aí avaliado, além de ter sido testado psicologicamente para a função. Óbvio que tem mais preparo para exercer a função de chefia e cumprir as tarefas do que alguém que venha de fora, por influência meramente política, na maioria das vezes sem a qualificação profissional para atuar no setor. Este servidor geralmente enxerga melhor a área, tem mais modernidade e está andando no mesmo passo, tendo mais responsabilidade social e comprometimento pessoal com a administração do setor.

O administrador moderno necessita de rapidez para adaptar-se às mudanças e reagir positivamente a elas. É importante que ele tenha senso de responsabilidade social, ou seja, deve ter consciência de que todos os atos da empresa administrada por ele gerarão algum tipo de impacto positivo ou negativo à sociedade [...] (VIDIGAL; 2008).


4 A LIDERANÇA

A liderança dentro do serviço público é mais difícil de desenvolver e exercer, pois o servidor público independe às vezes das ações de seus líderes para receber bons salários, para manter a estabilidade no emprego ou para resolver situações de rotina, pois quase sempre tem melhores condições de exercer a função que seus líderes, pela estabilidade que possui, pelo tempo de serviço na função ou pela experiência e prática no assunto tratado. Há casos que quem lidera de fato é um servidor de carreira, enquanto que o chefe de direito é apenas mais um coadjuvante na ação, não tendo condições de liderar por falta de personalidade de líder.

5 O DESMANDO

Nota-se que no serviço público há um desmando muito acentuado, pois o chefe do momento dificilmente tem controle total sobre os servidores da sua área, por menor que ela seja, e por mais bem controlada que pareça. Os servidores podem e fazem boicote às administrações que não lhe agradam ou que de alguma forma contrariam seus interesses particulares, coletivos ou que prejudiquem o desenvolvimento de suas atividades funcionais. Os jornais noticiam  diariamente os problemas na esfera pública que não são do conhecimento das chefias dos setores, sejam eles departamentos, autarquias, secretarias, ministérios, e etc.


6 A SOLUÇÃO

 A solução não é simples, mas se no futuro as chefias que tem a frente um setor para administrar estiverem preparadas para tal, com o comprometimento, que deve ser uma das qualidades do administrador público, e com a formação necessária, a área pública irá ganhar, e com isto também ganhará o contribuinte, que depende dos serviços públicos e quer ver bem empregado o dinheiro de seus impostos.

Cabe aos administradores do futuro um posicionamento pró-ativo voltado ao conhecimento contínuo e o investimento em educação continuada. É preciso explorara as aptidões e habilidades de relacionamento e comunicação para explorara novos mercados e criar possibilidades de sucesso nas áreas mais promissoras que envolvem a profissão do administrador [...] (VIDIGAL; 2008).


7 CONCLUSÃO

O setor público, como qualquer empresa privada, recebe recursos, gasta recursos, administra pessoas, folha de pagamento, enfim, tem receitas e despesas e, portanto, está sujeito às mesmas doenças das empresas privadas com um agravante: os problemas não são resolvidos facilmente e nem por isto as empresas públicas quebram, e, ao contrário, sobrevivem mesmo sendo mal administradas e trabalharem no vermelho. Resta aos futuros administradores públicos tomarem consciência destes problemas e soluciona-los, e também resta para a sociedade tomar conhecimento destas mazelas e cobrar de seus políticos um maior respeito, cuidado e zelo pela coisa pública. Com todo o conhecimento e informações que hoje se tem à disposição e que servem às empresas do século XXI podemos sim, ter na esfera pública a mesma modernidade, o mesmo avanço e os mesmos benefícios que tem as organizações privadas.


6 REFERÊNCIAS


VIDIGAL, Frederico. O Administrador de Empresas na Gestão do Século XXI: Desafios, Tendências e Exigências para os Empreendedores Corporativos e Visionários. Disponível em:<http://www.administradores.com.br/artigos>Acesso em: 9 mai.2008.